terça-feira, 30 de março de 2010

Ensaio Fotográfico da Estação Ferroviária de Vinhedo

Por Márcio Alexandre

Os dois Lados da Mesma Moeda

Por Lidy Albino

De um lado: um vagão "abandonado", que por seu estado de degradação acaba deixando a população amedrontada por conta de marginais que poderiam utilizar o mesmo para cometer delitos, principalmente os alunos que voltam da aula à noite pelo caminho da linha de trem e utilizam o mesmo percurso.
Vai dar Cara ou Coroa?
 
De outro lado: O grupo Anarquia Teatral tentando transformar esse vagão em um espaço cultural, no centro da cidade e assim levar cultura a população, partindo da ocupação do espaço e trabalhando para esse lugar virar um pólo cultural, alavancando assim a cultura em nosso município.

Lidy Albino 21, é atriz e figurinista do grupo Anarquia Teatral.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Faxinão

Aquele domingo começou bem cedo para nós do Anarquia. Tinhamos planejado antes o faxinão e agora com vassoura, rodo e produtos para limpeza -cloro e desindetante-, o jeito era colocar a mão na massa.

A experiência foi unica. Estar naquele vagão totalmente tomado pela sugeira e fezes humanas, confesso, não foi uma das melhores coisas a encarar, mas o objetivo estava na cabeça assim como nossa determinação.

Primeiros encontros

Nestes primeiros encontros, para onde quer que olhassemos, tudo cheirava a desafio, a ousadia, a pura provocação. é isso: provocação é a palavra certa. A paisagem repleta de vagões abandonados, com verde no seu entorno, com os trilhos de trem cortando todo o quadro e com a sede da estação imponente e rígida a resistir ao tempo, que como diria Proust, esta perdido lá trás. Nestes dias foram traçados nossas primeiras impressões, divididas funções, rascunhado um cronograma.
Naquela estação estava o nosso desafio, ousado, como de praxe, com todos os requintes de um coletivo transformador, anarquista.

Como tudo começou

Tudo surgiu de uma grande brincadeira. Buscavamos um espaço para desenvolver um espetáculo diferente, com experiência diversa da que já tinhamos experimentado. Mas com o tempo essa brincadeira amadureceu, foi para o papel e hoje alimenta o principal processo de trabalho do grupo: Ocupação/transformação do Espaço.

A primeira vista transformar um vagão abandonado num espaço de espetáculo, um pólo fomentador de cultura, um lugar de discussão de idéias nos pareceu irrealista, afinal: usuários de entorpecentes dos mais variados tipos, mendigos e marginais, tornaram-se frequentadores daquele espaço assim que o mesmo foi abandonado pelo poder público.

Adquirir a consciência do potencial que poderia vir a ter o entorno dessa velha estação de trem, foi primordial para a decisão do grupo, que inscreveu o projeto de ocupação na seletiva do Projeto Ademar Guerra para Orientação Artística deste corrente ano; obtendo sucesso nesta primeira empreitada.

Já nos colocamos em movimento; estamos conhecendo a população do entorno, realizando a limpeza do vagão e buscando avançar na conversa com o poder público; sempre visando soluções que integrem a sociedade.

Daquela grande brincadeira inicial surgiu um trabalho sério, com um grande potencial de regeneração cultural/social. Evoé!